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As Árvores do Brasil

Estava em um voo de volta de Porto Alegre para Brasília e comecei a folhear uma revista da TAM que gosto muito. Chama-se BRASIL – almanaque de cultura popular. Para minha surpresa encontrei uma reportagem sobre as árvores do Brasil, escrita por Natália Pesciotta.
Gostei tanto que tomei a liberdade de escrever o que li aqui, no Blog.

O Brasil era conhecido pelos índios do litoral baiano como a Terra das Palmeiras. Pindorama, em sua língua tupi. Somos (por enquanto) a única nação do mundo com nome de árvore – Pau Brasil – na época de nossa colonização (1507) muito valorizada por causa do pigmento cor de brasa tirado do tronco para tingir tecidos.

Mal sabiam do tamanho de nossa diversidade. Há espécies de Mata Atlântica, pantanal, cerrado, caatinga. Arvores típicas de serra, praia, campo.

Natália, em seu texto diz:” aqui apontamos todos os holofotes para os elementos mais completos do reino vegetal, numa reunião das nossas raízes, troncos e copas. Bem – vindo ao mundo dos jatobás, perobas, ipês, coqueiros, quaresmeiras, primaveras e companhia.”

Pau Brasil
Pau Brasil

A árvore que deu origem ao nome do nosso pais foi a Pau Brasil. Na reportagem a Natália cita o professor pernambucano chamado Roldão Siqueira Fontes. Essa árvore quase entrou em extinção. Ele abismado com a situação produziu sozinho um viveiro com 10 mil mudas a partir de 1972. Não parou por aí. Mobilizou políticos e instituiu o Dia do Pau-Brasil, comemorado em 3 de maio. Faleceu em 1966 com a marca de distribuição de mudas na marca de 3 milhões de exemplares da árvore de casca espinhenta e flores amarelas. Sua fundação Nacional do Pau-Brasil, hoje tocada pela filha, tem como objetivos “plantar uma muda de pau-brasil em todo município e em toda escola brasileira” e “criar oportunidades para que todo brasileiro conheça a única árvore do mundo que deu nome a uma nação e a seu povo.”

"Desafiando as secas mais duradouras, umbuzeiros amparam, alimentam, mitigam a sede do homem do sertão." Euclides da Cunha, em Os Sertões
“Desafiando as secas mais duradouras, umbuzeiros amparam, alimentam, mitigam a sede do homem do sertão.” Euclides da Cunha, em Os Sertões

O Umbuzeiro – Árvore que dá de beber, como foi batizada pelos índios: y-mb-u. Para Euclides da Cunha, o umbuzeiro era a “árvore sagrada do sertão”. Uma das poucas que resistem à longa seca, para felicidade dos sertanejos ela guarda na raiz tubérculos cheios de líquido e ainda oferece frutos suculentos. Sem falar da sombra farta.

 "Jabuticaba chupa-se no pé", sentenciou o poeta Carlos Drummond de Andrade.
“Jabuticaba chupa-se no pé”, sentenciou o poeta Carlos Drummond de Andrade.
Em Sabará, cidade mineira conhecida como “terra da jabuticaba”, vigora uma curiosa lei municipal desde 1982: quem mantém jabuticabeira em casa paga menos imposto. Durante o Festival da Jabuticaba, festa anual, é tradição que famílias aluguem as árvores por hora.
Em língua tupi, iapoti´kaba significa “fruta em botão.
Passamos já pelas região nordeste e sudeste. Vamos ao sul do país e suas lindas Auracárias.
Araucaria
Araucaria

A araucária existe no Sul do País há 200 milhões de anos e é uma das árvores mais antigas do planeta. A teoria da evolução indica que esse tipo de pinheiro alcançou grande altura e inclinou os galhos para o alto como forma de proteger as sementes – os pinhões – dos predadores jurássicos. A palavra Curitiba (nome da capital do Paraná) vem do tupi curi (muito) e tiba (pinhão).

sumauma

E o norte do país também tem sua representação. Trata-se da Sumaúma. Mãe das Árvores. Essa árvore se destaca das outras árvores pela altura. Indígenas a consideram a “mãe das árvores”, “arvore da vida”, “escada do céu”.
Por ser tão grande, além de fazer as vezes de farol para navegadores, elas servem de instrumento de comunicação ao povo da floresta: basta bater na raiz para o som ecoar pela redondeza. A sumaúma tem raízes enormes que saem até sete metros da terra, as sapopemas.
Ipê-amarelo - A Flor Nacional
Ipê-amarelo – A Flor Nacional
No centro-oeste temos a belíssima representação dos ipês. Contrariando a natureza, as flores do ipê desabrocham em dias secos e cinzentos de inverno. E é assim, antes mesmo do surgimento da nova folhagem, que elas anunciam a proximidade da Primavera.
Encontrado em todas as regiões do Brasil, o ipê sempre chamou a atenção de poetas, escritores e até de políticos. Em 1961, o então presidente Jânio Quadros declarou o pau-brasil a Árvore Nacional e o ipê-amarelo, da espécieTabebuia vellosoi, a Flor Nacional.
O Brasil mapeado pelas árvores! Parabéns a TAM pela belíssima matéria.

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