“Tive que aprender a ser árvore. Quando estou no estado de árvore, sinto a Terra, a Vida, o Tempo de outra maneira. ” Mia Couto.
Recentemente, tomei conhecimento de uma obra infantil intitulada A Árvore Generosa.
Desperta a atenção a cultura referenciada no texto – Moçambique, África.
De acordo com o autor, Mia Couto, em Moçambique, não há fronteiras entre árvores e pessoas.
Há arvores que são humanas e sonham dentro dos nossos sonhos. Há pessoas que viram árvores.
Há árvores que são sagradas, nas sombras das quais se enterram os mortos. Contudo, o verbo correto não é enterrar, e sim, semear.
Há árvores que são igrejas, onde, debaixo de sua copa, conversamos com os antepassados.
A lembrança de um amigo foi inevitável, aquele que passou a vida a semear.
Transformei-o em árvore.
Seja sombra, seja igreja, seja altar, seja tempo, seja vida, seja acolhimento, Luiz Cesar Siqueira.
Semear amor, lembrança e saudade é o que posso hoje fazer.
Através de suas folhas, e suas raízes, serás lembrado.
E me transformo também em árvore.